sábado, 6 de fevereiro de 2010

Do nada e Por nada

A sinopse - mesmo que detalhada - não é satisfatória, só atrativa. Não é a realidade do conto ou da fábula. É como ler as 40 primeiras páginas de um livro, que é quando você se apega aos traços de personalidade, gostos e gestos de certo personagem e sente-se conectado a ele. Quando a imagem real está mesclada com muito amor e delicadeza, desequilibradamente. Nesse esboço, a realidade passa com vestes claras à olhos devoradores de novidade e prazer que já estão iluminados e cansados de cores similares. O que provoca no final dessa página a sensação de suavidade e hortelã - o prazer do novo. É então quando você percebe e diz para você mesmo, baixo ou euforicamente em sua mente "eu vou querer guardar essa sensação para sempre". E por que não? É tão deliciosa, cada segundo dela é tão livre de superficialidades e problemas... - claro - os problemas começam na 100ª página, quando o personagem torna-se claro, e sua personalidade também - mas estamos muito longe disso, ainda. Esse prazer, nos estimula a extrair de cada segundo, um sorriso de nossa face, um sorriso bobo, porém decidido e que necessita de um sorriso recíproco. Sem medo para sentir, feridas para curar... por isso é tão bom, por estar livre de mínimas e microscópicas formas de julgamento. É, enfim o prazer de amar pela beleza do gesto.


"Você já amou

pela beleza do gesto?
Você já mordeu
a maçã com todos os dentes?
Pelo sabor do fruto,
a sua doçura e seu gesto
Já se perdeu algumas vezes?"

"Sim, eu já amei
Pela beleza do gesto.
Mas a maçã era dura,
e quebrei os dentes.
Essas paixões imaturas,
esses amores indigestos
Deixaram-me mal disposto algumas vezes"

Alex Beaupain



E, embora se trate do mesmo tema, a MARIA tem algo diferente a oferecer a vocês. Com romantismo, talvez - coisa que não apareceu necessariamente por aqui hoje.

8 comentários:

  1. Ahh... Esse ficou decente.
    =)
    Bravo Cordier =)
    \o/

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  2. Devo dizer que deu uma vontade louca e quase que irresistível de roubar esse texto e pregar no meu mural. Só pra eu me lembrar do que eu já sei: a gente só conhece alguém depois de comer um saco de sal. Mas em pequenas doses, oq seria da comida sem ele né? Enfim. A metáfora que eu fiz foi a mais bizarra que poderia ser, mas eu gostei muito do texto. Fato.

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  3. E não é? É tudo uma questão de se permitir. Hoje as coisas precisam de nomes, te tempo, de definição e de motivoo. Ah, pra a merda com essa idéia viu? Pode nao ser imenso, mas é sentimento e faz bem, vou me privar? Não, ''eu vou querer guardar essa sensação para sempre''.

    HAHAHA

    Adoro te ler. :)

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  4. Eu já amei pela beleza do gesto sonhado, mas nunca feito.
    Aliás, eu não amei, eu amo. E amo calada, sem esperar que a árvore desse amor floresça.
    Mas é tudo culpa do medo de se revelar, de arriscar-se, compreende?
    De dizer ao outro: "Eu amo você." E ver o que ele diz em troca. E é a troca que eu não espero, não posso esperar, por ser improvável.

    Obrigada pela visita.
    Desculpa pelo comentário gigante, dramático e triste.

    Gostei muito do seu modo de escrever, muito mesmo.
    Um abraço.

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  5. Amar, apenas isso, sem idealizar, sem enfeitar demais. Amor puro, sem acompanhamentos.

    Gosto assim.

    ℓυηα

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  6. Aee!
    gostei desse post.
    mas eu n interpreto essa música dessa forma.. well, cada um tem um jeito diferente de enxergar, por isso que a arte tem o dom de alcançar a todos.
    Poxaaa, Pablo! acabei de chegar toda animada ainda e vc me faz querer escutar essa música!
    ashoinjusto!
    ok, eu te perdôo.
    e sério.. muito bom o post! vc é um gênio! (happy? ¬¬)

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  7. Fale Pablo!então, no minimo uma vez por semana to postando uma ilustração, estou trabalhando em contos ilustrados para o futuro tbm. Vai fundo nos desenhos ai, quero ver uma ilustração nesse blog heim!

    O texto do post é teu? Achei bem sólido pra sua idade...

    abrax

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  8. Claro, verá. Até porque, eu devo ilustrações a diversas pessoas, inclusive a mim - rs.

    E sim, de "a" até "gesto" o texto é meu. Os outros dois trechos são fragmentos de uma música do Alex Beaupain, "As-tu déjà aimé?". Err, está sólido, de fato. Uma novidade, enfim.

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