"O decorrer dos dias nunca foi tão surreal como está sendo nos últimos meses, eu sei. Existe o tempo, desejo, prazer, ilusão e fato. Equilíbrio, talvez. Dias sim... dias não."
Ontem era a explosão da fusão entre o sabor do melão com queijo, de algo diferente. Hoje, infelizmente tornou-se fugaz quando as horas caminharam em passos apressados e desalinhados. Foi diluindo-se; transformando-se pelo sabor de outros elementos constantes e desajustados à sua fórmula, que outrora era tão promitente e singular. Seu valor transformou-se também, regrediu. Agora vale como lembrança - em fato, lembrança de uma pequena percentagem do que realmente era. Eis o problema de iludir-se com o desejado e de matar a realidade com suas próprias mãos.
Previsível, apenas foi a sensação do amargo, nunca quis acorda-lo, só cantarolar melodias doces para ele, em sua cama coberta de algodão e plumas brancas que, além de tudo, era protejida por uma torre revestida de marfim e produzida de medo.
Existem buracos na atmosfera. Existem, eu também sei. Buracos nas ilusões da alma, mas também na objetividade de suas palavras - mortas.